São 97 milhões de brasileiros somando empreendedores, trabalhadores e suas famílias que dependem direta ou indiretamente da renda gerada por micro e pequenas empresas (MPEs) e microempreendedores individuais (MEIs). Isso representa 45% da população do país, número superior à população combinada de Argentina, Chile, Bolívia e Equador.
Dentre esses, 43,7 milhões têm nos pequenos negócios a única fonte de renda, considerando tanto os empreendedores quanto suas famílias, enquanto o restante inclui empregados das MPEs e seus dependentes, mostrando a abrangência do setor.
Segundo o presidente do Sebrae, Décio Lima, o levantamento reforça que os pequenos negócios são essenciais não apenas para a economia brasileira, mas também para sustentar e promover o desenvolvimento de quase metade da população do país.
“60% da população brasileira sonham em empreender. São homens e mulheres que sabem se virar e fazem das suas habilidades o próprio sustento. Isso representa inclusão, geração de emprego e renda”, diz Lima.
Ele ainda completa que, “graças à formalização, esses homens e mulheres que acordam todo dia para colocar suas empresas em movimento contribuem não só para a sobrevivência de suas famílias, mas geram mais oportunidade para toda a sociedade.”
MEI e MPE lado a lado
Em 2024, os microempreendedores individuais (MEIs) e os donos de micro e pequenas empresas tiveram, juntos, uma renda anual estimada em R$ 717 bilhões. A estimativa foi feita pelo Sebrae a partir do cálculo da renda familiar média dos empreendedores brasileiros no ano passado.
Desse total, os MEIs geraram R$ 224 bilhões, enquanto as micro e pequenas empresas responderam por R$ 492 bilhões. A renda média familiar mensal do empreendedor de MPE é mais que o dobro da renda do MEI, reforçando a importância das pequenas empresas na sustentação econômica das famílias.
Os números detalhados mostram que, em 2024, a renda familiar média do MEI em atividade era de R$ 5.542, o que resulta em cerca de R$ 18 bilhões gerados mensalmente por todos os MEIs em atividade, totalizando R$ 224 bilhões ao ano circulando na economia brasileira.
Já a renda média familiar do empresário de MPE em atividade era de R$ 13.422, com R$ 41 bilhões gerados mensalmente pelo trabalho desses empresários, totalizando R$ 492 bilhões anuais.
“Somos um país de pequena economia que está dando um resultado fantástico. E, na linha de frente, estão os MEIs — aqueles que nunca desistem, que acordam de manhã e sabem correr atrás do próprio sustento”, reforça o presidente do Sebrae.
Comparação internacional e evolução histórica
Nos últimos 10 anos, o número de MEIs cresceu mais de 250%, impulsionado por reformas legais e pelo programa de formalização simplificada, enquanto as MPEs registraram expansão de cerca de 50% no mesmo período.
Internacionalmente, a taxa de empreendedorismo no Brasil — com 33,4% da população adulta envolvida em algum negócio em 2024 — coloca o país na quinta posição mundial, segundo o monitoramento global do empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor - GEM). Esse indicador mostra um Brasil fortemente engajado em iniciativas empreendedoras, mesmo diante de desafios econômicos e sociais.
Distribuição regional e setorial
O estudo do Sebrae detalha que a concentração de pequenos negócios é maior no Sudeste, especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A região é impulsionada pelo comércio e serviços, enquanto o Nordeste apresenta crescimento expressivo, principalmente em cidades médias, com forte presença de serviços, comércio local e pequenas indústrias.
O Sul e o Centro-Oeste registram expansão consistente no setor de serviços e agricultura familiar formalizada. Em termos de setores de atividade, o comércio responde por 40% das MPEs, seguido por serviços (35%) e indústria (15%).
Nos MEIs, o setor de serviços domina, com destaque para beleza, manutenção, transporte e alimentação. A indústria de pequeno porte e o comércio com empregados concentram mais MPEs que contratam formalmente, enquanto MEIs operam predominantemente de forma individual.
Emprego formal e inclusão social
Os pequenos negócios são protagonistas na criação de empregos com carteira assinada. Em 2024, 72,6% das vagas formais criadas no país vieram de MPEs, que representam 51,5% do total de vínculos ativos.
No campo da inclusão social, os números são expressivos: negros representaram 1,5 milhão de empregos criados por MPEs, frente a 712 mil brancos, enquanto as mulheres corresponderam a 42,7% dos vínculos ativos, superando a participação em grandes empresas.
Vulnerabilidade social
Apesar do impacto econômico e social, muitos empreendedores permanecem vulneráveis. Apenas 39% contribuem regularmente para a Previdência, evidenciando fragilidade em proteção social.
Além disso, o empreendedorismo por necessidade voltou a crescer, especialmente entre mulheres de baixa renda, de 55 a 64 anos, que recorrem aos pequenos negócios para complementar o orçamento familiar.
Qualificação
O setor enfrenta obstáculos estruturais importantes, como alta mortalidade nos primeiros anos — cerca de 30% das empresas fecham até o segundo ano de operação —, acesso limitado a crédito, dificultando expansão e inovação, e necessidade de qualificação em gestão, tecnologia e marketing, para aumentar competitividade e sustentabilidade.
Ainda assim, o espírito empreendedor do brasileiro se mantém elevado. Segundo o GEM, 60% da população adulta do país sonha em empreender nos próximos anos.
Perspectivas
Para garantir sustentabilidade e expansão, o Sebrae reforça a importância de medidas voltadas à atualização dos limites de faturamento do MEI, que estão defasados, ao fortalecimento do Simples Nacional e à expansão de programas de qualificação e apoio à inovação e gestão de pequenos negócios.
Para Lima, é fundamental que a Reforma Tributária e outras medidas em curso no Congresso protejam e ampliem as conquistas já consolidadas. “Precisamos atualizar o atual limite de faturamento do MEI, fixado há nove anos. A realidade econômica do Brasil é outra, e hoje o brasileiro quer ser empreendedor”, conclui.
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