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A 7ª edição do Festival Nacional de Arte de Rua promove diálogos e ações que reafirmam a potência da cultura e do pensamento negro e celebram a ancestralidade
A 7ª edição do FENAR Brasil – Festival Nacional de Arte de Rua destaca um eixo dedicado às manifestações da cultura afro-brasileira, às suas narrativas e às linguagens que compõem a formação cultural do país. Até o dia 23 de novembro, o festival apresenta espetáculos, debates, ações formativas e ocupações que colocam a arte negra no centro da programação, reforçando o protagonismo de artistas, mestres, coletivos e pensadores de Sete Lagoas e de Minas Gerais.
A programação reúne trabalhos que dialogam com tradições afro-diaspóricas — ancestralidade, tradição oral, espiritualidade, arte popular, histórias de resistência e temas contemporâneos — e reforça a importância das culturas negras no cenário artístico mineiro. Entre teatro, performance, encontros, bate-papos e apresentações, o FENAR, na semana em que se comemora o Dia da Consciência Negra (20/11), se abre para um conjunto diverso de ações voltadas para públicos de diferentes idades, ampliando o diálogo sobre diversidade, equidade racial e reconhecimento das lutas, conquistas e manifestações do povo negro.
O FENAR Sete Lagoas 2025 é viabilizado com o patrocínio da Cimento Nacional, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais. Conta com o apoio da Prefeitura de Sete Lagoas e a realização da Espaço Ampliar - Assessoria, Projetos e Eventos, da Secult e do Governo de Minas - AQUI O TREM PROSPERA.
Narrativas ancestrais e teatralidades de matriz afro-brasileira
No dia 18, às 8h30, no UNIFEMM, o público poderá ver o espetáculo “SAGA – Uma História do Povo Preto”, da Preqaria Cia. de Teatro. A montagem parte das cosmovisões africanas e acompanha a trajetória do povo negro desde antes da diáspora até o Brasil contemporâneo.
A dramaturgia traz mitologia, história e crítica social, discutindo invasão, escravização, apagamento de memórias e racismo estrutural. Com momentos de leveza, como a adaptação da história de Ananse, o espetáculo se abre ao público infantojuvenil sem perder densidade. O trabalho propõe um enfrentamento sensível às contradições da sociedade brasileira e reforça a importância da arte como registro, reflexão e transmissão de saberes.
Saberes, mestres e artistas que sustentam tradições
Ainda no dia 18, às 10 horas, o CAIC Professor Galvão abriga o bate-papo “Arte Negra e Cultura Popular: Vozes que moldam o Brasil”, reunindo três figuras centrais para a cultura afro-setelagoana. A artista Lena Eva (Maria Helena Eva de Castro), autodidata e atuante desde a década de 1990, apresenta sua pesquisa em escultura com papietagem e geotintas, marcada pela valorização da ancestralidade e das vivências comunitárias. O encontro conta ainda com José Roberto, presidente da Guarda de Santa Isabel, liderança que mantém ritos, cantos e práticas religiosas de matriz africana na cidade. Completa a mesa o Mestre Cristiano Kong, capoeirista com 28 anos de atuação, presidente da Associação Setelagoana dos Capoeiristas e responsável por projetos que aproximam jovens e crianças da capoeira como linguagem artística, educativa e cultural.
Teatro contemporâneo e corpo negro como narrativa
O festival apresenta “Onã”, criação da artista Thais Eduarda, no Auditório do UNIFEMM, também no dia 18, às 14 horas. O termo “Onã” que dá título ao espetáculo significa “caminho” e conduz o público pela trajetória de uma jovem em busca de sua mãe, Iya Ominí, a Mãe-Rio. Na travessia, surgem lendas, mitos e figuras femininas ancestrais, como as Yabás e a Iara, articulando imaginário afro-brasileiro e elementos do folclore nacional.
A obra utiliza oralidade, música, objetos simbólicos e figurinos que evocam cosmologias africanas. Com direção de Anair Patrícia e dramaturgia de Mileide Moura, “Onã” destaca temas como identidade, pertencimento, natureza e memória, em diálogo direto com práticas tradicionais de contação de histórias.
Às 20 horas, do dia 19, no Teatro Redenção, acontece a apresentação teatral “No Centro da Margem”, da Ovorini Carpintaria Cênica. Inspirado no conto “A Terceira Margem do Rio”, de Guimarães Rosa, o espetáculo traz à cena o relato de um homem negro LGBTQIA+ que enfrenta ausências, abandonos e marcas de homofobia estrutural.
A peça aborda masculinidades, memória, sexualidade e os impactos da violência simbólica e afetiva sobre corpos racializados. Com direção de Alex Fabiano e atuação de Alisson Oliveira, a obra propõe uma reflexão sobre identidade e vulnerabilidade a partir de uma perspectiva negra contemporânea. A produção sugere que o público chegue mais cedo, porque os lugares na plateia são limitados a 120.
Quarteirão Preto integra o FENAR com arte urbana, música, economia criativa e gastronomia
O FENAR Sete Lagoas 2025 também incorpora à sua programação uma nova edição do Quarteirão Preto – O Festival, iniciativa dedicada à valorização da cultura negra e à articulação de artistas, coletivos e empreendedores que atuam a partir das periferias da cidade. Criado em 2019 no bairro Santa Luzia, o projeto cresceu, se estruturou como produtora cultural e consolidou-se como referência local na promoção da arte negra.
A edição realizada dentro do FENAR ocupa a Praça Tiradentes com ações que reúnem grafite ao vivo, batalhas de rima, apresentações musicais, barracas gastronômicas, feira de empreendedores, atividades para crianças e serviços comunitários. O formato reforça a importância da economia criativa de base comunitária e amplia a circulação de trabalhos produzidos por artistas, produtores e iniciativas conduzidas por pessoas negras.
O Quarteirão Preto participa do festival priorizando práticas, linguagens e saberes que compõem a diversidade cultural afro-brasileira e fortalecem redes de criação e colaboração.
A programação completa do FENAR Brasil – 7ª edição Sete Lagoas 2025 pode ser acompanhada em @fenarbrasil.
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